12/11/2025 às 22h56 - atualizada em 13/11/2025 às 20h44
26
Redacao
Vila Velha / ES
A Frente Parlamentar de Prevenção e Defesa das Vítimas de Acidentes de Trânsito da Assembleia Legislativa (Ales) realizou debate na tarde desta quarta-feira (12) sobre o iminente fim da obrigatoriedade de aulas em autoescolas para a pessoa tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A proposta está em curso no âmbito do Ministério dos Transportes.
Fotos da reunião
O titular da pasta, ministro Renan Filho, declarou à imprensa que pesquisa realizada pelo governo descobriu que boa parte dos cerca de 20 milhões de brasileiros que dirigem sem habilitação alega que não tirou o documento devido ao “custo elevado” das aulas, que pode ficar entre R$ 3 mil e R$ 4 mil.
Com o fim da exigência de realização do curso em autoescolas, o ministro acredita que o número de brasileiros sem habilitação deverá cair, haja vista que poderão fazer os exames sem a exigência de carga horária mínima de 20 horas-aula práticas, podendo ser contratado instrutor autônomo.
Custo elevado
O presidente da associação que representa as autoescolas capixabas, José Rios, considerou injusto afirmar que as aulas são caras, alegando que praticamente a metade do valor se destina ao pagamento de taxas e impostos.
Como forma de aumentar o acesso à carteira de motorista, ele propôs ao governo reduzir os encargos e ampliar o programa CNH Social, que possibilita a pessoas de baixa renda obter a habilitação gratuitamente – atualmente, segundo disse, o programa contempla 7 mil CNHs por ano no estado.
Na plateia, vários proprietários de autoescolas rejeitaram o argumento sobre o custo elevado apontado pelo ministro. Entre as falas, alguns compararam o valor das aulas com o preço de um smartphone.
“Muita gente dirige sem carteira, mas tem iPhone de 6 mil, 8 mil e até 12 mil reais. Outra coisa: quanto custa uma moto usada? Dez mil, 12 mil? Tem dinheiro para comprar a moto e não tem para tirar a carteira?”, contestou um deles.
As reações contra o suposto valor alto para conseguir se candidatar a tirar a CNH ganhou mais força ainda durante o debate quando o subcomandante do Batalhão de Trânsito, major Luiz Felipe Freire, informou que a maioria das pessoas multadas por dirigir sem o documento alegam dificuldades financeiras para pagar as taxas do Detran e as aulas das autoescolas.
Ele precisou explicar que não estava afirmando nada sobre o assunto, mas apenas relatando o que dizem as pessoas autuadas devido a esse tipo de infração.
“É uma realidade essa reclamação de que acham caro; estou repassando essa informação na tentativa de ajudar no sentido de vocês levarem isso em conta na busca de uma possível negociação (com o ministro Renan)”.
Investimentos
Os donos de autoescolas colocaram em dúvida a capacidade de instrutores autônomos oferecerem cursos de qualidade, citando que as empresas que administram fazem altos investimentos na infraestrutura voltada para as aulas teóricas e práticas de trânsito.
“Quem vai fiscalizar esses autônomos? Eles vão cumprir as várias normas que as autoescolas são obrigadas a cumprir?”, questionou José Rios.
Relatório
O presidente da Frente de Prevenção e Defesa das Vítimas de Acidentes de Trânsito, deputado Coronel Weliton (PRD), afirmou que será produzido um relatório com os principais pontos discutidos na reunião.
“Esse documento iremos encaminhar para o Ministério dos Transportes, governo do Estado e demais autoridades ligadas à questão. Nosso mandato está de portas abertas para continuar debatendo esse tema, que é de grande importância para a segurança pública, pois consideramos importantes as atividades das autoescolas”, avaliou.
O deputado afirmou também que é preciso considerar a situação do ponto de vista social, pois o setor emprega muitos profissionais, sendo que no estado há em funcionamento cerca de 300 autoescolas.
“São famílias que estão há décadas nesse ramo; se houver uma queda muito grande na procura desse serviço, precisamos discutir alternativas para ajudar pessoas que poderão perder emprego e renda”, considerou.
Consulta pública
O Ministério dos Transportes realizou de 2 de outubro a 2 de novembro uma consulta pública sobre a minuta de resolução que modifica as regras para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
A proposta, segundo a pasta, prevê que o candidato possa escolher diferentes formas de se preparar para os exames teórico e prático, que continuarão obrigatórios, como condição para a emissão da CNH.
Entre as mudanças propostas, está justamente o fim da exigência de carga horária mínima de 20 horas-aula práticas. O candidato poderá escolher como fará sua preparação, contratando um centro de formação de condutores ou um instrutor autônomo.
Os instrutores deverão ser credenciados pelos Departamentos de Trânsito (Detrans) dos estados. A Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) permitirá a formação desses profissionais por cursos digitais.
A projeção do governo federal é que o custo para obtenção da CNH poderá cair em até 80%, resultado da ampliação das formas de oferta da formação teórica, inclusive contando com formatos digitais, e a dispensa da carga horária mínima nas aulas práticas.
FONTE: Portal Assembleia Legislativa - ES
Há 1 dia
Com total de R$ 32 bilhões, Orçamento começa a tramitar na AssembleiaHá 1 dia
Segurança em Viana apresenta redução expressiva de crimes contra o patrimônio e reforça ações integradas em outubroHá 2 dias
Trecho da Avenida Saturnino Rangel Mauro será interditado nesta quinta-feiraHá 1 dia
Prefeito de Vila Velha destaca importância da COP30 e defende ações concretas pelo climaHá 1 dia
Prefeitura de Vila Velha inicia nesse sábado campanha educativa de trânsito “Priorize a Vida”