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Dia de abastecer o carro por um preço bem abaixo do normal e de comprar alimentos e remédios pagando muito menos. É o Dia Livre de Impostos (DLI), que acontece nesta quinta-feira, 29, em todo o Brasil e que, no Espírito Santo, conta com a organização da CDL Jovem Vitória.

Em sua 19ª edição, o DLI chega com uma proposta clara: mostrar, na prática, como os tributos pesam no bolso do consumidor. Em Vitória, o tradicional Posto Marlin, em Santa Lúcia, Vitória, comercializa 5 mil litros de gasolina sem a incidência de impostos como PIS/Cofins, ICMS e Cide.

Os carros poderão abastecer até R$ 100 e as motos até R$ 40. O pagamento tem de ser feito em dinheiro, PIX ou cartão de débito. O preço praticado durante a ação será de R$ 3,63 o litro. “No combustível, a carga tributária incidente sobre a gasolina é bastante alta. É um dos produtos em que o consumidor consegue observar com mais clareza como a carga tributária impacta no valor final da bomba”, ressaltou Alexandre Monteiro, coordenador do DLI no Estado.

Os números dão dimensão da urgência dessa discussão. De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), em 2025, os brasileiros precisaram trabalhar 149 dias apenas para pagar impostos, taxas e contribuições – o equivalente a 40,71% da renda anual. Em paralelo, só em 2024, a arrecadação tributária no país chegou a R$ 2,5 trilhões, valor que poderia ser revertido em escolas, moradias, hospitais e melhorias nos serviços públicos.

No Brasil, diversos produtos têm altas cargas tributárias, muitas vezes superando 50% do valor final pago pelo consumidor.

Abaixo, estão alguns dos itens com as maiores incidências de impostos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT): cachaça (81,87%), cigarro (80,42%), perfume importado (78,99%), perfume nacional (69,13%), cerveja nacional (55,60%), cosméticos em geral (55,27%), refrigerante (46,47%), conta de luz (48,28%), automóvel nacional (43,19%), telefone celular (39,80%), chocolate (38,60%) e pizza congelada (36,54%).

Dados sobre a carga tributária no país
– Em 2025, o brasileiro teve que trabalhar 149 dias do ano apenas para pagar impostos, taxas e contribuições (IBPT). Isso representa 40,71% da renda anual média do cidadão.

– A carga tributária bruta brasileira gira em torno de 33% a 35% do PIB, dependendo da metodologia usada.

– O país arrecadou mais de R$ 2,5 trilhões em tributos em 2024. Com esse valor seria possível construir aproximadamente 7,8 milhões de casas populares, 2,1 milhões de escolas públicas de ensino fundamental ou 2,3 milhões de postos de saúde completos.

– No Brasil, os impostos sobre o consumo, como ICMS, IPI e PIS/Cofins, representam mais de 50% da arrecadação total.

– Carga tributária em países desenvolvidos: Alemanha (cerca de 38% do PIB), com foco na renda; Estados Unidos (cerca de 27% do PIB), com menor carga sobre o consumo; Chile (cerca de 20% do PIB), com sistema mais simples e progressivo.

– O sistema brasileiro é considerado complexo e injusto. Há mais de 60 tributos diferentes, com regras variadas entre estados e municípios. A alta carga tributária não retorna na mesma proporção em serviços públicos de qualidade, segundo especialistas e pesquisas.

– A reforma tributária em discussão busca unificar tributos sobre o consumo (com o novo IVA – Imposto sobre Valor Agregado), simplificar o sistema, reduzir a burocracia e aumentar a transparência; tornar a tributação mais progressiva, com menos peso sobre os mais pobres.

Supermercados, farmácias e lojas em ação
Supermercados, farmácias e lojas de diversos segmentos também aderiram ao movimento. Todas as 32 lojas da rede Extrabom, as 166 unidades da Rede Farmes e as 36 farmácias Extra Popular vão oferecer produtos selecionados sem carga tributária. Isso significa que o consumidor poderá economizar em itens essenciais do dia a dia, como alimentos e medicamentos.

Segundo Daiani Lavino, presidente da CDL Jovem Vitória, o DLI é muito mais do que um dia de descontos. “É uma iniciativa de cidadania que mostra, de forma prática e didática, o quanto o sistema tributário brasileiro pesa no bolso do consumidor e no ambiente de negócios. O objetivo é provocar reflexão, diálogo e engajamento em torno da necessidade de uma reforma que simplifique e torne a cobrança de tributos mais justa para todos”, afirma.

FONTE: ES HOJE